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restrição dos celulares nas escolas

Volta às aulas e a restrição dos celulares nas escolas

Dia desses, baixei um aplicativo de dicionário no celular e, comentando com meu marido sobre suas funcionalidades, ele mencionou que um colega precisou de um dicionário físico inglês-português para uma prova de proficiência e não encontrou nenhum emprestado. Hoje, tudo está na palma da mão: banco, câmera, agenda, televisão, mapas e até mesmo os livros. O celular substituiu tantas coisas que, sem perceber, tornamo-nos dependentes desse pequeno aparelho que cabe no bolso.

Não é diferente com as crianças e adolescentes. Se olharmos ao redor, veremos que eles vivem conectados, com os olhos fixos na tela, mesmo em momentos de aprendizado, lazer ou refeição em família. Essa realidade levou ao crescente debate sobre o uso de celulares no ambiente escolar e, recentemente, à publicação da Lei 15.10/2025, que restringe a utilização desses aparelhos nas escolas públicas e privadas da educação básica. A norma, que entrou em vigor no dia 13 de janeiro de 2025, permite o uso apenas para fins pedagógicos, com autorização do professor, e para casos de acessibilidade, saúde e segurança.

A criação dessa legislação reflete uma necessidade latente de repensarmos a forma como lidamos com a tecnologia na educação. Estudos mostram que o uso excessivo de telas pode comprometer o aprendizado, reduzir a concentração e afetar a saúde mental dos jovens. Além disso, professores e pais já relataram dificuldades em manter a atenção dos alunos dentro da sala de aula, competindo com vídeos curtos, mensagens e notificações incessantes. A partir de agora, caberá a cada escola definir sua estratégia de implementação, garantindo que a regra seja aplicada de maneira eficaz.

No entanto, como operadora do direito, sei que uma lei, por si só, não resolve um problema. É um passo importante, mas insuficiente se não houver um esforço coletivo para mudar hábitos. A responsabilidade não é apenas da escola, mas de toda a sociedade. Um provérbio africano diz que “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. Não adianta proibir o celular em sala de aula se, em casa, nos restaurantes e nas praças, os exemplos que as crianças têm são de adultos com a atenção voltada para a tela, imersos em notificações e vivendo a vida através de um dispositivo.

A implementação da lei precisa vir acompanhada de reflexão e conscientização. Talvez seja hora de revisitarmos nossos próprios hábitos e darmos aos jovens o que tanto cobramos deles: presença. A verdadeira revolução não está apenas na proibição, mas na redescoberta do valor da interação humana, da leitura sem distrações e do aprendizado com olhos atentos ao mundo real. Se quisermos que nossos filhos e alunos se desconectem um pouco das telas, talvez o primeiro passo seja desligarmos as nossas.

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O escritório situa-se à Rua Dom Silvério, uma das principais ruas do Centro Histórico que abriga diversos ateliers de artes, o Colégio e Hotel Providência, primeiro escola feminina de Minas Gerais, e o primeiro hospital da cidade, além de ligar a praça Minas Gerais à igreja São Pedro.

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